CinFormando N80

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www.cenfim.pt www.facebook.com/cenfim.pt N.º 80 - 1.º Trimestre de 2022 O CENFIM estará presente na HANNOVER MESSE 2022, na Alemanha HANNOVER MESSE 2022 Como é sabido, em 2022 Portugal será o País - Parceiro na feira Hannover Messe, sob o tema “PORTUGAL Makes Sense”, e todos os holofotes dos grandes players mundiais, industriais e tecnológicos, dos mais sofisticados clusters mundiais, estarão voltados para as empresas nacionais e para aquilo que de melhor se faz em Portugal. Não posso deixar de aqui reiterar que a Hannover Messe é a mais importante feira mundial de indústria e tecnologia. O facto de Portugal ter sido convidado para ser o País Parceiro desta edição da feira e da AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal ter sido convidada pelo governo e pela AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal para liderar a participação empresarial, é indiscutivelmente uma honra e um enorme privilégio. 3 Tolerâncias e qualidades de fabrico 6 CENFIM Núcleo da Trofa recebe 15 formandos em Erasmus da SBS Jena - Alemanha 7 ERASMUS+ Projecto 3M4EU - 3º Workshop, em Itália 8 CENFIM Núcleo de Amarante organiza a 5.ª Mobilidade do Projeto OBP 9 CENFIM integra Projecto Europeu na área da Impressão 3D 10 11 12 CENFIM Núcleo da Marinha Grande em Encontro com Diretora Geral do Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique Protocolo de Cooperação CENFIM – CADSOLID Provas finais do curso de Técnico/a de Soldadura no CENFIM Núcleo de Sines Provas finais do curso de Técnico/a Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica no CENFIM Núcleo de Sines PAF da Ação de Técnico de Refrigeração e Climatização no CENFIM Núcleo de Torres Vedras PAF da Ação de Técnico de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica no CENFIM Núcleo de Torres Vedras 13 PAF da Ação de Técnico de Maquinação e Programação CNC no CENFIM Núcleo de Torres Vedras RVCC - Certificados Escolares e Profissionais 2021 CENFIM Núcleo de Sines 14 Sessões de apresentação dos Projetos Finais CET Tecnologia Mecatrónica no CENFIM de Amarante Apresentação dos Projetos Finais CET no CENFIM Núcleo de Caldas da Rainha 15 A enorme importância e dimensão desta missão internacional tão relevante para a indústria nacional tem envolvido a colaboração e os melhores esforços da AIMMAP, da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã e da AICEP, num trabalho conjunto que se desenvolve desde outubro de 2020. A AIMMAP está assim, desde o início, comprometida em promover e organizar os stands coletivos das empresas portuguesas nos segmentos específicos em que Portugal vai estar presente na feira: Engineered Parts and Solutions, Energy Solutions, Digital Ecosystems,e Automation and Robotics. A AIMMAP atingiu com grande sucesso o compromisso que assumiu, participando no referido certame com mais de 100 empresas. Para além das empresas, participam também entidades de formação e de transmissão de conhecimento, como é o caso do CENFIM, que não poderia deixar de estar presente no maior certame mundial da indústria demonstrando todas as suas competências ao mais alto nível. A presença do CENFIM na Hannover Messe é uma mais valia para a participação de Portugal pois é demonstrativa do que de melhor se faz no nosso país ao nível da formação e da transmissão do conhecimento. Depois de um adiamento, a Hannover Messe vai realizar-se de 30 de maio a 2 de junho de 2022, e contará, na sua inauguração, com a presença das mais altas instâncias alemãs e portuguesas. (Continua na pág. 2)

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Deste modo, e com a garantia de que a Hannover Messe 2022 vai ter lugar em formato presencial e assegurando as melhores condições de segurança, no entender da AIMMAP esta será uma oportunidade irrepetível para as empresas portuguesas que, como sabemos, estão na linha da frente em soluções tecnológicas e de engenharia de alto valor acrescentado. sofisticada camada de potenciais clientes. Destacamos ainda o grande empenho e motivação que as empresas portuguesas têm demonstrado na participação na Hannover Messe 22, que será seguramente muito marcante para a economia portuguesa e para alguns dos seus setores de atividade. Estamos sinceramente convencidos de que o destaque que vai ser concedido a Portugal no decurso da feira criará as condições necessárias para dar uma enorme visibilidade às inquestionáveis competências das suas empresas junto de uma grande e Mafalda Gramaxo - Diretora-Geral da AIMMAP Índice (cont.) 16 Formandos do CENFIM Núcleo de Sines visitam a Empresa EMBRAER 23 CENFIM Núcleo de ERMESINDE aposta no contacto dos estudantes com o TECIDO EMPRESARIAL do concelho de VALONGO Ação do Exército Português no CENFIM Núcleo de Caldas da Rainha Visita guiada à Caravela Vera Cruz em Sines - CENFIM Núcleo de Sines / Pólo de Grândola 17 Visita à Empresa SCALHIDRÁULICA pelo CENFIM Núcleo de Santarém CENFIM Núcleo da Marinha Grande realiza Visita de 25 Estudo - observar, para aprender a saber-fazer 18 19 24 CENFIM Núcleo de Ermesinde rumo ao Campeonato Mundial das Profissões na China Formandos do CENFIM Núcleo de Arcos de Valdevez Vencem competição Leaderboard da Cimeira IPVC 2022 CENFIM Núcleo de ERMESINDE presta apoio DIGITAL aos alunos UNIVERSIDADE SÉNIOR Jovens empreendedores do CENFIM vão representar o Concelho da Marinha Grande em Concurso de Ideias 20 Sessões de Sensibilização para a Igualdade de Género no CENFIM Núcleo de Oliveira de Azeméis Sessões de Sensibilização - “No Namoro Não Há Guerra” no CENFIM Núcleo de Torres Vedras Jornadas`22 de Eng. Mecânica, UTAD 22 CENFIM Núcleo de Arcos de Valdevez participa na CIMEIRA IPVC 2022 TECH DAY 2022 - CENFIM Núcleo da Marinha Grande CENFIM Núcleo de Amarante realiza um Bootcamp conjuntosobre empreendedorismo CENFIM - Núcleo de Ermesinde passou à fase de projeto do OPJV CENFIM Núcleo de Ermesinde no Torneiro de Futebol Carnaval no CENFIM Núcleo de Torres Vedras Concurso de Presépios de Natal no CENFIM Núcleo de Torres Vedras 26 CENFIM - Núcleo de Oliveira de Azeméis na Maratona das Cartas 2021 CENFIM Núcleo de Arcos de Valdevez assinala o Dia Mundial da Árvore e das Florestas 2022 CENFIM Núcleo de Arcos de Valdevez assinala o Dia Mundial do Sono 27 Ação de Voluntariado de apoio à comunidade Ucraniana pelo CENFIM Núcleo de Caldas da Rainha Sorteio de Cabazes Solidários no CENFIM Núcleo de Torres Vedras CENFIM Núcleo de Oliveira de Azeméis promove ações de Primeiros Socorros 28 Colheita de Sangue no CENFIM Núcleo da Marinha Grande O CENFIM vai estar na QUALIFICA de 20 a 23 de abril - Visita-nos! CENFIM na FUTURÁLIA 29 OIF - Oficina Individual de Formação no CENFIM Plano de Formação - Abril, Maio e Junho de 2022 Sessões de Sensibilização - Higiene Oral no CENFIM Núcleo de Torres Vedras Entrevista a Gonçalo Ferreira - Ex-Formando do CENFIM Núcleo de Torres Vedras CENFIM Núcleo de Sines reune com a CLDS - InForma 21 Workshop “Pense Indústria 4.0” no CENFIM Núcleo de Trofa Acolhimento Ação de Técnico/a de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica no CENFIM Núcleo de Torres Vedras Da teoria à ação, adotar um urso polar foi a opção CENFIM Núcleo da Trofa

Editorial (cont.)

Tolerâncias e qualidades de fabrico

Introdução Os processos de fabrico, sobretudo os de arranque de apara, estão sujeitos a imprecisões o que impossibilita o fabrico de qualquer peça de forma rigorosa de acordo com as cotas nominais estabelecidas. Estas imprecisões, maiores ou menores consoante os processos de fabrico escolhidos, leva a que as dimensões finais de fabrico para serem validadas necessitem somente de ficar dentro de um intervalo, definido por uma dimensão máxima e mínima ou por desvios máximo e mínimo em relação à dimensão nominal. Qualquer dimensão de uma peça não precisa de corresponder a um único valor mas sim estar dentro de um intervalo de valores que não compromete a funcionalidade da peça. Estes intervalos são criteriosamente definidos pelo Desenhador/Projetista para que peças semelhantes possam ser substituídas entre si, sem que haja necessidade de ajustes. A prática demonstra que as medidas das peças podem variar, dentro de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade ou a sua funcionalidade. Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caracterizam o que chamamos de tolerância dimensional. As tolerâncias vêm indicadas, nos desenhos de fabrico, por valores e símbolos apropriados. As peças, em geral, não funcionam isoladamente, trabalham associadas a outras peças, formando conjuntos mecânicos que desempenham funções específicas. Num conjunto, as peças ajustam-se, isto é, encaixam-se umas nas outras de diferentes maneiras, por isso, devemos compreender e reconhecer os tipos de ajustamentos possíveis entre peças de conjuntos mecânicos. Para que o processo de fabrico seja eficaz é fundamental que sejamos capazes de identificar normas e simbologia que determinam os desvios permitidos. Não é possível garantir o fabrico correto de uma peça se desconhecemos parte da simbologia ou outro tipo de informação técnica presente num desenho. Caímos e muitas vezes no erro comum que é Símbolo desconhecido ser igual a símbolo ignorado. A nossa baixa produtividade deve-se também ao não domínio total de toda informação relativa ao fabrico de uma peça, temos que saber interpretar toda informação lá descrita e aos desenhadores exige-se que sejam capazes de colocar toda a informação indispensável ao fabrico. Não cair no erro comum que é empurrar para a cabeça do operador da máquina a responsabilidade de completar a informação em falta. Isso até pode funcionar com o operador que temos hoje, mas amanhã com outro operador já não será possível. As tolerâncias permitidas para qualquer cota podem ser expressas de forma individual ou geral, mas obrigatoriamente todas as dimensões terão uma tolerância associada para o seu fabrico. expressas de forma individual ou geral, mas obrigatoriamente todas as dimensões terão uma tolerância associada para o seu fabrico. No caso das dimensões controladas pelo toleranciamento geral ou funcional é indispensável a consulta de tabelas específicas para o conhecimento dos desvios máximos e mínimos permitidos. Todas as cotas, sem exceção, têm de ter tolerância, individual ou geral. As cotas indicadas no desenho de fabrico são chamadas de dimensões nominais. É impossível executar as peças com os valores exatos indicados nessas dimensões porque vários fatores interferem no processo de produção, tais como imperfeições dos instrumentos de medida e das máquinas, deformações do material e falhas do operador. Então, procurase determinar desvios, dentro dos quais a peça possa funcionar corretamente. Desvios Os desvios são afastamentos aceitáveis em relação às dimensões nominais, para mais ou para menos, que permitem a execução da peça sem prejuízo para o seu funcionamento e intermutabilidade. Os desvios podem ser indicados no desenho de fabrico como mostra a figura 1. ~ Figura 1 - Cota nominal com desvios Neste exemplo acima, a dimensão nominal do diâmetro do pino é de 20 mm. Os desvios são: +0,28 mm e +0,18 mm. O sinal mais (+) indica que os desvios são positivos, isto é, que as variações da dimensão nominal são para valores maiores que a cota nominal. O desvio de maior valor (0,18 mm, no exemplo) é designado por desvio superior; o de menor valor (0,18 mm) é designado por desvio inferior. Tanto um como o outro indicam os limites máximos e mínimo da dimensão real da peça. Somando o desvio superior à dimensão nominal obtemos a dimensão máxima, isto é, a maior medida aceitável da cota depois de executada a peça. Então, no exemplo dado, a dimensão máxima do diâmetro corresponde a: 20 mm + 0,28 mm = 20,28 mm. Somando o desvio inferior à dimensão nominal obtemos a dimensão mínima, isto é, a menor medida que a cota pode ter depois de fabricada. Tolerância dimensional No mesmo exemplo, a dimensão mínima é igual a 20 mm + 0,18 mm, ou seja, 20,18 mm. Assim, os valores: 20,28 mm e 20,18 mm correspondem aos limites máximos e mínimo da dimensão do diâmetro da peça. Depois de executado, o diâmetro da peça pode ter qualquer valor dentro desses dois limites. A dimensão encontrada, depois de executada a peça, é a dimensão efetiva ou real; ela deve estar dentro dos limites da dimensão máxima e da dimensão mínima. As tolerâncias permitidas para qualquer cota podem ser Quando os dois afastamentos são positivos, a dimensão efetiva No caso das dimensões controladas pelo toleranciamento geral ou funcional é indispensável a consulta de tabelas específicas para o conhecimento dos desvios máximos e mínimos permitidos. Todas as cotas, sem excepção, têm que ter tolerância, individual ou geral.

Tolerâncias e qualidades de fabrico

da peça é sempre maior que a dimensão nominal. Entretanto, há

casos em que a cota apresenta dois afastamentos negativos, ou seja, as duas variações em relação à dimensão nominal é para menos, como no próximo exemplo, figura 2. dimensão. Verifique o cálculo da tolerância no exemplo seguinte, figura 5. Figura 5 - Cálculo da tolerância Figura 2 - Cota nominal com desvios negativos Dimensão máxima = 20,00 + (+0,28) = 20,28 Dimensão mínima=20,00 + (-0,15) = 19,85 A cota Ø 20 mm apresenta dois desvios com sinal - (menos), o que indica que os desvios são negativos: -0,18 mm e -0,28 mm. Quando isso acontece, o desvio superior corresponde ao de menor valor numérico absoluto. No exemplo, o valor 0,18 é menor que 0,28; logo, o desvio de - 0,18 corresponde ao desvio superior e o -0,28 corresponde ao desvio inferior. Para saber qual a dimensão máxima que a cota pode ter basta somar a dimensão nominal ao desvio superior. No exemplo: 16,00 + (0,18) = 15,82. Não se esqueça que estamos a somar valores de sinais contrários. Para obter a dimensão mínima deve somar à dimensão nominal o desvio inferior. Então: 16,00 + (-0,28) = 1,72. A dimensão efetiva deste diâmetro pode, portanto, variar dentro desses dois limites, ou seja, entre 15,82 mm e 15,72 mm. Neste caso, de dois afastamentos negativos, a dimensão efetiva da cota será sempre menor que a dimensão nominal. Há casos em que os dois desvios têm sentidos diferentes, isto é, um é positivo e o outro é negativo, figura 3. Tolerância = Dimensão máxima - Dimensão mínima = 20,28 19,85 = 0,43 Na cota da figura 5.5. a tolerância é 0,43 mm. No exemplo abaixo, figura 6, os dois afastamentos são negativos. Assim, tanto a dimensão máxima como a dimensão mínima são menores que a dimensão nominal e devem ser encontradas por subtração. Figura 6 - Cálculo da tolerância para dois desvios negativos Tolerância = 20 + (-0,10) 20 + (-0,20) = 19,90 - 19,80 = 0,10 Para a cota Ø 32 mm, a tolerância é de 0,10 mm. A tolerância pode ser representada graficamente da forma seguinte, figuras 7. Figura 3 - Cota nominal com desvios simétricos Quando isso acontece, o afastamento positivo corresponde sempre ao desvio superior e o desvio negativo corresponde ao afastamento inferior. Numa mesma peça, as cotas podem vir acompanhadas de diferentes afastamentos, de acordo com as necessidades funcionais de cada parte. Analise o desenho de fabrico seguinte e depois interprete as cotas indicadas, figura 4. Nesta representação, os valores dos desvios estão exagerados. O exagero tem como finalidade facilitar a visualização do campo de tolerância, que é o conjunto dos valores compreendidos entre o desvio superior e o desvio inferior; corresponde ao intervalo que vai desde dimensão mínima até à dimensão máxima. Figura 7 - Tolerância Qualquer dimensão efetiva entre os desvios superior e inferior, inclusive a dimensão máxima e a dimensão mínima, está dentro do campo de tolerância. Figura 4 - Cotas nominais com diferentes desvios Tolerância Tolerância é a variação entre a dimensão máxima e a dimensão mínima. Para obtê-la, calculamos a diferença entre uma e outra Durante o fabrico de uma peça devemos analisar cada uma das dimensões inscritas no desenho para verificar qual a tolerância associada a cada uma delas. É importante reter que todas as dimensões têm tolerância (todas sem exceção) descritas de forma individual ou geral. Um desenho deve conter toda a

da peça é sempre maior que a dimensão nominal. Entretanto, há

informação indispensável ao fabrico. Não podemos apresentar

desenhos incompletos à espera de que o operador da máquina complemente as instruções de fabrico com a sua experiência. As cotas com tolerância individual ou funcional, nos casos de zonas de acoplamentos com outras peças, têm os desvios inscritos nas cotas ou poderemos aceder a eles consultando tabelas específicas. Sistema de tolerâncias e ajustamentos ISO As tolerâncias não são escolhidas ao acaso. Em 1926, entidades internacionais organizaram um sistema normalizado que acabou sendo adotado nos diferentes países: o sistema de tolerâncias e ajustamentos ISO. O sistema ISO consiste num conjunto de princípios, regras e tabelas que possibilita a escolha racional das tolerâncias e ajustamentos de modo a tornar mais económica a produção de peças mecânicas intercambiáveis. Este sistema foi estudado, inicialmente, para a produção de peças mecânicas até 500 mm de diâmetro; depois, foi ampliado para peças com até 3 150 mm de diâmetro. Esta norma estabelece uma série de tolerâncias fundamentais que determinam a precisão da peça, ou seja, a qualidade de trabalho, uma exigência que varia de peça para peça, de uma máquina para outra. A norma ISO prevê 20 qualidades de fabrico. Essas qualidades são identificadas pelas letras: IT seguidas de numerais. A cada uma delas corresponde um valor de tolerância. A tabela seguinte indica as qualidades de fabrico existentes. A fresagem, o processo de fabrico contemplado neste livro, situa-se normalmente entre as qualidades correspondentes à mecânica cuidada e corrente, ou seja, entre as qualidades IT 5 a IT 9. A letra I vem de ISO e a letra T vem de tolerância, enquanto os numerais (01, 0, 1, 2, ..., 18) se referem às 20 qualidades de fabrico. A qualidade IT 01 corresponde ao menor valor de tolerância. As qualidades 01 a 4 estão associadas à mecânica de alta precisão. Este é o caso dos calibres, que são instrumentos de alta precisão usados no controlo dimensional de peças maquinadas em qualidades inferiores. O furo H7, tão comum na indústria, acontece porque trabalhamos no sistema de furo normal, ou seja, todos os nossos furos são H, variando somente o veio consoante o ajustamento pretendido. A qualidade 7 corresponde ao valor médio entre as qualidades, 5 a 9. A tabela 5.2. apresenta dos valores de tolerância para as qualidades IT 5 a IT 9, para dimensões até 250 mm. Em muitos ajustamentos mecânicos as tolerâncias dimensionais não são suficientes para se determinar com exatidão que a peça irá desempenhar a sua função de forma plena. Haverá sempre uma diferença entre o modelo nominal concebido no software de CAD e o modelo fabricado. Na fabricação das peças, sobretudo nos processos por arranque de apara, surgem desvios, erros que provocam alterações em relação à geometria ideal do modelo. Os instrumentos de medida comuns, como os paquímetros ou micrómetros, não têm a capacidade de avaliar esses desvios à geometria, mas os equipamentos mais evoluídos, como as máquinas de medir 3D, possuem um conjunto de funcionalidades que lhes permitem avaliar essas imperfeições. As principais causas da existência de desvios geométricos são as seguintes: ! Falta de rigidez do equipamento e/ou de um dispositivo de maquinação; ! Gume cortante de uma ferramenta insuficiente; ! Forças excessivas provocadas pela maquinação; ! Velocidade de corte não adequada para remoção de material; ! Variação de dureza da peça ao longo do percurso de maquinação; ! Suportes não adequados para ferramentas. Estes desvios à geometria devem ser limitados e enquadrados em tolerâncias que não prejudiquem o regular funcionamento da peça. O toleranciamento geométrico não deve ser especificado por mera rotina, mas sim quando é inevitavelmente necessário. Em conclusão, o projeto de uma peça deve prever, para além das tolerâncias dimensionais, as tolerâncias geométricas, a fim de se obter a melhor qualidade funcional possível. As tolerâncias geométricas não devem ser indicadas de forma individualizadas a menos que sejam indispensáveis para assegurar a funcionalidade do conjunto. Em termos gerais, as condições onde será necessário indicar as tolerâncias de forma e posição são as seguintes: ! Em peças para as quais a exatidão de forma requerida não sejam previamente garantida com os processos normais de fabricação; ! Em peças onde deve haver coincidência bastante aproximada entre as superfícies de contacto. As tolerâncias de forma devem ser menores ou iguais às tolerâncias dimensionais. O contrário não faz grande sentido; ! Em peças onde, para além do controlo dimensional, seja também necessário o controlo de forma para garantir a montagem sem interferências. Toleranciamento geométrico As superfícies planas, cilíndricas, retas, entre outras, são componentes teóricos de uma geometria exata. A realidade “peça” só é possível com faces mais ou menos planas, ou mais ou menos cilíndricas, ou com o resto. Há, portanto, necessidade de limitar os inevitáveis desvios geométricos ocorridos na fabricação, para assegurar condições de correto funcionamento às peças. Toleranciamento geométrico é uma designação que abrange o conjunto de tolerância de forma, de orientação, de posição e de batimento. Conclusões O sucesso no fabrico de uma peça não deve ser atribuído a uma questão de mera sorte ou azar. O hábito de dizermos “o trabalho hoje correu mal”, não… isto não é uma questão de correr bem ou mal, mas sim o de podermos e devermos dominar toda a informação necessária para o fabrico de um qualquer componente. Obviamente que se existe algo que não dominamos vamos estar sempre à mercê dessa tal sorte ou azar. Parte do problema do fabrico de uma peça nasce na grande maioria das

informação indispensável ao fabrico. Não podemos apresentar

vezes no desenho e isso é devido ao facto de que as empresas

continuam a insistir em contratar desenhadores baseados num perfil que era adequado à 20, 30 anos atrás mas que já não o é nos dias de hoje. Há 20 ou 30 anos os desenhadores eram meros copistas, copiavam algo que já tinha sido fabricado e testado. Atualmente não acontece isso, o desenho é um processo mandante e por isso precisamos urgentemente de profissionais nesta área que não só dominem a representação técnica de uma peça ou montagem, mas sobretudo pessoas que dominem de forma completa os processos de fabrico e as suas diferentes limitações e especificidades. É muito importante que os novos desenhadores/projetistas de uma empresa sejam cada vez mais recrutados a partir de operadores de máquinas/serralheiros das próprias empresas, seguramente se se optar por esta solução vamos perceber rapidamente o salto qualitativo em todo o processo produtivo. Os softwares de CAD usados nos nossos dias na indústria são autênticas oficinas virtuais, então vamos colocar ao seu comando profissionais que já tenham uma larga experiência de fabrico e dos produtos da própria empresa. No fabrico também temos que caminhar num sentido mais científico, não nos desculparmos uma vez mais com os fatores sorte e azar, quando as coisas correm mal na esmagadora maioria das vezes isso está relacionado com um deficiente conhecimento técnico. Temos que conhecer todo o tipo de simbologia e requisitos técnicos presentes num desenho e não fazer o que se faz muitas vezes, “não conheço este símbolo, então ignoro“. Por exemplo algo que poderia ajudar no fabrico e que poderia ser de grande utilidade seria colocar um computador com uma folha de cálculo (Excel) com todo o formulário técnico necessário a um bom desempenho dos operadores de máquinas. Já não é de todo adequado ver-se em empresas onde alguém anda munido com uma máquina de calcular e um formulário técnico numa cábula. O conhecimento tem que ser democrático, de fácil acesso e estar disponível a todos. Outra área em que podemos dar um salto qualitativo considerável é na área do controle dimensional, por exemplo os técnicos que operam com máquinas de medir 3D e que controlam de forma mais rigorosa a dimensão e geometria das diferentes peças também têm que ser capazes não só de validar o fabrico, mas também de interagir com o processo produtivo e serem capazes de antecipar o erro bem como de fazer as devidas correções no processo de fabrico. É óbvio que não podemos continuar a ter técnicos a operar com estes equipamentos que não distinguem uma broca de uma fresa, dizer que a peça está fora de tolerância de pouco nos serve, já o mal está feito, queremos é técnicos que sejam capazes de antecipar e prevenir possíveis erros. Para terminar, gostaria de abordar outra questão que interfere na qualidade do nosso trabalho, que é a célebre questão da motivação, “Não faço mais e melhor porque não me motivam”, ouço isto muitas vezes. Todos nós temos consciência do quanto é importante para nós a nossa motivação. Não nos podemos é esquecer nunca, que a nossa motivação é demasiado importante para a qualidade do nosso trabalho e da nossa produtividade. Então se temos essa consciência da importância desse fator não podemos empurrar para outros a responsabilidade da nossa motivação. É algo muito nosso e que devemos pugnar por a manter em alta. A indústria Metalomecânica vive um flagelo relativamente comum e um pouco oculto que é a baixíssima produtividade, definitivamente não podemos transformar tarefas de minutos em dias de trabalho. Com a tecnologia que dispomos não podemos nem devemos continuar a ver nos espaços oficinais das empresas mais cabeças que máquinas, pois se assim é e continuar a ser algo não está bem. Américo Costa - Departamento de Formação do CENFIM CENFIM Núcleo da Trofa recebe 15 formandos em Erasmus da SBS Jena - Alemanha Esta parceria foi interrompida no ano anterior, fruto da conjetura pandémica, pelo que este ano o grupo foi maior, uma vez que reuniu os elementos que estariam previstos para este projecto em dois anos. É sempre uma oportunidade de excelente intercambio e salutar integração destes grupos na nossa comunidade, sendo especialmente notória a satisfação dos mesmos, pela forma como os recebemos e transmitimos o conhecimento no CENFIM. U ma vez mais o CENFIM da Trofa recebeu um grupo da Alemanha de 15 formandos e 4 formadores da SBSZ Jena - Göschwitz, que em duas semanas realizaram formação intensiva na área da Modelação 3D, prototipagem e tecnologias aditivas, assim como de Maquinação e Programação CNC. Para além de uma integração na comunidade local, com visitas culturais, tiveram a oportunidade de visitar a empresa Frezite - FMT Tooling Systems, onde ficaram particularmente sensibilizados ao facto de terem encontrado uma perfeita simbiose entre tecnologias convencionais e equipamentos de topo, automatizados para produção em série.

vezes no desenho e isso é devido ao facto de que as empresas

ERASMUS+ Projecto 3M4EU - 3º Workshop, em Itália

D epois do sucesso na organização do 2º workshop deste projecto que teve lugar em Portugal, no passado mês de Dezembro, organizado pelo CENFIM, com um dedicado envolvimento do Núcleo da Marinha Grande, e que foi notícia no número anterior desta publicação, as expectativas por parte de todos os parceiros estavam altíssimas para este novo encontro internacional! Recordamos que este projecto, denominado de “3M4EU Magical Moving Machine for EUROPE”, cofinanciado pela Iniciativa Erasmus+ (Ref.ª 2019-1-IE01-KA209-01561_6), é um projeto colaborativo que envolve o trabalho com outras instituições de ensino e formação profissional da União Europeia e que conta com parceiros oriundos de seis países europeus: ! CENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica ! BBS - Berufsbildende Schule TGHS Bad Kreuznach ! SCC - Solski Center Celje ! TESLA - I. tehnicka škola TESLA ! NEWPARK - Newpark Comprehensive School ! IIS OLIVETTI - Istituto Istruzione Superiore "Olivetti” O objetivo deste projeto, e que é de alguma forma o fio condutor que interliga todas as suas atividades transnacionais e fases de trabalho, passa por cada instituição conceber e apresentar uma caixa que mostre uma variedade de movimentos dentro da mesma (a tal caixa mágica em movimento), e que incorpore alusões a cada país, distinguindo-as por aí, mas aproximando-as pela conexão, vontades e práticas comuns. Mais uma vez fomos representados por um grupo de 6 Formandos do Núcleo do CENFIM da Marinha Grande, que se deslocaram à cidade de Ivrea, no norte de Itália e região do Piemonte, província de Turim, acompanhados de 2 elementos do Staff do CENFIM. Este terceiro encontro pretendeu dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos dois meetings anteriores (Alemanha e Portugal), ao nível da comunicação entre as caixas (Links), o aspeto (Looks), a alimentação (Power) e o seu funcionamento (Work). Os Formandos, jovens do Sistema de Aprendizagem (dupla certificação: escolar ao nível do 12º. Ano de escolaridade; e profissional ao nível de uma qualificação técnica), e que frequentam no CENFIM os cursos de Técnico/a de Maquinação e Programação CNC; Técnico/a de Produção e Montagem de Moldes; e Técnico/a de Manutenção Industrial, tiveram assim mais uma oportunidade para se valorizarem e acrescentarem valor à sua formação. Todos os participantes estão muito entusiasmados por estarem envolvidos neste projeto, sendo com natural expetativa que aguardam já o próximo meeting, que está previsto para o início de maio na Croácia e Eslovénia (organização conjunta). Até lá a nossa equipa de Formandos e Formadores vai ter de trabalhar, aplicar a sua criatividade e fortalecer as suas ideias, para apresentar uma caixa funcional e que seja representativa do nosso país! Este tipo de projeto é fundamental para estimular e elevar os índices de motivação dos nossos Formandos e Formadores, permitindo-lhes o acesso a experiências muito enriquecedoras e, tantas vezes, únicas: nas vivências, nas aprendizagens, na partilha, no convívio entre diferentes realidades e culturas distintas, mas com valores e objetivos comuns. Valores esses que nos dias de hoje, face a tudo o que vamos assistindo na Europa, se apresentam cada vez mais importante e reclamando da nossa atenção e capacidade para os saber preservar, pois nada está garantido, e muito menos para sempre. Sobre o Programa Erasmus+, o Comissário responsável pela Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, afirmou: “Para as nossas gerações mais jovens, o Erasmus+ tornou-se uma porta de entrada na Europa e no mundo. É uma das realizações mais notórias da UE, ao unir pessoas em todo o continente, criar um sentimento de pertença e solidariedade, aumentar as qualificações e melhorar as perspetivas dos participantes”, espírito esse que este projeto, na forma como está estruturado e nos resultados que pretende atingir, representa exemplarmente.

ERASMUS+ Projecto 3M4EU - 3º Workshop, em Itália

CENFIM Núcleo de Amarante organiza a 5.ª Mobilidade do Projeto OBP

Projeto OBP – 2019-1-HU-01-KA229-060907 D e 14 a 18 de Março decorreu em Amarante e Marco de Canaveses a 5ª Mobilidade do Projeto OBP organizada pelo Núcleo de Amarante. Nesta semana cerca de 30 alunos e 12 professores das escolas parceiras da Hungria, Dinamarca, Lituânia, Polónia, Itália e Portugal estiveram no CENFIM-Amarante. O Projeto "Off the Beaten Path: Studying the Architectural, Historical and Social Heritage of Local Communities in European Cities" tem como objetivo principal o estudo e levantamento de bairros ou cidades das Entidades parceiras, focando nos temas de arquitetura, história e sociedade. Como o nome indica pretende-se estudar bairros ou cidades fora do percurso habitual turístico. Através das atividades do projeto pretende-se aproximar estes bairros às sociedades locais e também das comunidades intervenientes na parceria. Na perspetiva dos participantes, o Projeto releva a importância do estudo da História, Arte e Sociedade nas escolas participantes, incrementando a motivação dos alunos com impacto nos resultados de aprendizagem. O projeto pretende também estimular nos alunos a tolerância e respeito para com outras culturas e comunidades no seio da Europa. O segundo dia em Marco de Canaveses começou no Emergente espaço cultural da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, onde tinha uma exposição de fotografia dos zeladores da Rota do Românico e onde iniciou a sessão de boas vindas aos parceiros. Seguidamente o resto da manhã foi ocupada com visitas às igrejas de São Nicolau e Santo Isidoro de estilo românico com guia José Augusto e Santa Maria de estilo contemporâneo. A parte da tarde foi preenchida com uma visita guiada a Tongobriga - cidade do período pré-romano e romano acompanhada com o guia Luis Correia. Esta semana repleta de atividades diversas, iniciou-se as com boas vindas por parte do CENFIM Amarante, da Câmara de Amarante e Rota do Românico aos parceiros do projeto. A quarta-feira foi passada em Amarante com uma visita histórica proporcionada pela Câmara de Amarante através do guia Luís Almeida, da qual se destacou a passagem pelo Arquinho, Ponte de São Gonçalo, Mercado, o Bairro da Torre. Após a apresentação da Câmara de Amarante da cidade, o grupo seguiu para Ecopista desde do CENFIM Amarante até ao Antigo Apeadeiro de Gatão, seguido de jogo de peddy-paper que levou as diversas equipas à descoberta de pontos importantes cidade de Amarante.

CENFIM Núcleo de Amarante organiza a 5.ª Mobilidade do Projeto OBP

Da parte da tarde a visita

guiada por Aída Guerra ao Museu Amadeo de Souza Cardoso e à Igreja de São Gonçalo e terminando este dia perfeito com um concerto de Viola Amarantina pelo Eduardo Costa, na Confeitaria Mário. No quarto dia da mobilidade, com toda a informação reunida, os alunos em grupos trabalharam os 3 temas do projeto de cada cidade Arquitetura, História e Sociedade - para as apresentações do último dia. O dia terminou da melhor forma possível, com um jantar com todos os participantes do projeto e com mais um momento musical proporcionado pelo saxofonista José Albano - exformando do CET Tecnologia Mecatrónica. No último dia após as distintas apresentações por parte dos alunos e do momento final de confraternização entre os alunos de todas as escolas, foi o momento da despedida. Esta semana deixou muitas marcas tanto nos parceiros do projeto como nos participantes do CENFIM. CENFIM integra Projecto Europeu na área da Impressão 3D D esde o passado mês de novembro de 2021 que o CENFIM passou a integrar como parceiro associado, o projeto Trata-se de uma parceira europeia de grande competência, constituída por Este Projeto visa promover o acesso inclusivo e aberto à formação a distância no campo da impressão 3D, introduzindo profissionais de fora do setor industrial e outros potenciais profissionais (estudantes do ensino e formação profissional e do ensino superior) para abraçar as tecnologias digitais. A decisão de participação do CENFIM neste projeto está em linha com as estratégias de desenvolvimento traçadas para o acompanhamento e evolução no quadro da formação que prestamos neste tão entusiasmante e acelerado domínio da tecnologia. No passado mês de fevereiro já participámos em atividades transnacionais que visaram fazer a análise dos recursos já desenvolvidos (conteúdos para donwload, vídeos, storylines, …) que integrarão depois a plataforma a ser implementada pelo projeto. No próximo mês de maio de 2022 terão lugar 3 ações piloto, envolvendo um total de 45 formandos, que terão lugar nos nossos Núcleos em Lisboa, Marinha Grande e Ermesinde e que certamente enriquecerão a experiência de aprendizagem dos nossos formandos. Durante o 2º semestre será depois implementada a plataforma aberta para a formação a distância e promovidas diversas ações de divulgação e sensibilização a que certamente o CENFIM se associará. Para saber mais visite: https://www.demoordieproject.eu/

Da parte da tarde a visita



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